quarta-feira, 5 de março de 2014

Mulher de verdade!

Dia oito é comemorado o Dia Internacional da Mulher, homenagens, presentes e discussões sobre o papel da mulher na sociedade veem a tona nesse período. Mas hoje me peguei pensando, cá com os meus botões: quando me tornei mulher de verdade? O que é ser mulher? Quando ocorre a transição entre menina e mulher?  Isso porque hoje, aos 27 anos (quase 28), não posso mais me considerar uma menina, pois pela idade cronológica estou velha pra isso. Mas ao mesmo tempo penso que tenho tantas dúvidas, fraquezas, incertezas, possibilidades, aprendizado, amadurecimento, sentimentos, tanta vida pela frente para ser uma mulher!

Em blogs, redes sociais, conversas de amigas, amigos, desconhecidos, eu percebo que hoje a mulher tem que ser uma supermulher! E eu, estou looonge disso. A mulher tem que ser linda, sexy sem ser vulgar, segura de si, independente, feliz, cheia de amigas e amigos, realizada profissionalmente, viajada, estudada, na moda, uma supermãe, uma supermulher!

E eu? Tem dias, a maioria deles, que acordo me olho no espelho e vejo uma “jovem mulher” ou uma “menina velha”, que já não tem mais espinhas no rosto, mas precisa passar protetor solar todos os dias, creme anti-idade, bepantol para diminuir as manchas do sol, aaah e quantas manchas. Precisa dar um jeito no cabelo rebelde, que era simplesmente lindo e hoje precisa de chapinha, modelador e um corte bem prático. E claro vejo elas, as gordurinhas, as gorduronas, as celulites, estrias, as manchas, as pintas (que um dia vou tirar) ou pelos que necessitam de constantes depilações...Enfim, sou a mulher mais feia do mundo, do universo, da galáxia! Mas há também aqueles dias que simplesmente me vejo no espelho e penso: bom dia, essa sou eu, uma mulher de verdade, cheia de imperfeições...mas real! E linda é claro! ;)

Mas a mulher real vai muito, mas muito, além dos defeitos no espelho...Sou uma mulher de personalidade forte, ou teimosa pra chuchu, que acorda mal-humorada, que ri demais quando está com sono, que fala tudo (eu disse tudo) que vem a cabeça, que não tem pudores de certo ou errado, sou, espontânea, ou como prefiro, sincera demais e sem noção! As vezes passo horas no espelho, sou vaidosa, adoro moda, mas não tenho medo de uma roupa velha ou de dormir com a camiseta do namorado.

Tenho dúvidas, incertezas, medos, choro por bobagem, choro por coisa séria, choro de rir, choro pra caramba e com a idade tenho chorado cada vez mais! Aliás, tenho ficado extremamente emotiva, não tenho mais aquela segurança toda, não me sinto mais a rainha da cocada preta, cheia de si... Sinto emoção ao ver uma reportagem minha na TV, ao ver uma pessoa querida feliz, ao ver uma pessoa querida triste, ao ver alguém que nem conheço superar uma doença grave... Tenho sentimentos e, choro, ao lembrar de brincadeiras com meus pais e meu irmão. Me emociono ao lembrar do orgulho do meu pai ao me assistir pagando um baita de um mico: ser eleita “Miss Piscina” em um clube de uma cidade do interior. Me emociono todos os dias. Me irrito, me indigno quando vejo impunidade, corrupção, incompetência, falta de vontade, inércia ou quando simplesmente não concordo com atitude de outra pessoa. Sou uma pessoa extremamente apaixonada pela minha profissão e me dedico muito a ela. Uma mulher de verdade tem livre arbítrio não precisa fingir ser uma profissional maravilhosa ... precisa, simplesmente, se dedicar a essa profissão se assim quiser. E esse é um dos poucos orgulhos que tenho : o amor a minha profissão e, modéstia parte, eu levo jeito. Claro que cada vez que me ouço no rádio e agora me vejo na TV acho horrível, mas isso é apenas um gatilho para eu me dedicar e fazer melhor na próxima ;)

Me sinto mais carente, bem mais carente! Preciso demais de minhas amigas e amigos, da minha nova antiga paixão a dança, pessoas queridas, família (pessoas mais importantes da minha vida), agora de um animalzinho de estimação (quem me conheceu entre os 13 e 25 anos jamais imaginaria eu dormindo com um gatinho) e de um amor! Sim, uma mulher real, não tem medo de admitir que sonha com um grande amor, que quer uma pessoa pra dividir sua vida, construir uma família, alguém que a ame de verdade! Uma mulher de verdade não quer casos, meninos, rapazes, quer um homem também! E eu não sou diferente... Claro, não serei hipócrita, toda mulher gosta de uma “diversão” ! E não tenho vergonha de dizer que estou apaixonada e espero ter encontrado esse homem. E se não for, continuamos sonhando...

E acho que mais mulher me sinto quando sei que mesmo não estando NADA preparada posso admitir, pra mim mesma, que sonho em ser mãe (daqui uns 7...10 anos)!  Nunca admiti isso publicamente :p

OBS: vale um aparte, quem me conheceu há alguns anos e me vê hoje apaixonada pelos filhos do meu namorado se surpreende com a mudança, mas é de coração e isso que importa! ;)

Continuando... Acredito que uma mulher real é assim, cheia de sonhos, emoção, medos, incertezas, imperfeições, risos fáceis, choros também, emoções a flor da pele! Mas, principalmente, sem medo de esconder tudo isso. A mulher de verdade, a mulher real, simplesmente não aceita os rótulos de mulher sexy, linda e perfeita; inteligente, bem sucedida e feliz; super esposa, super mãe ou que não se apague a um amor...A mulher real pode querer ser tudo isso, mas aceita, admite e deixa que os outros percebam que as suas imperfeições a tornam perfeita, real, leve, mulher de verdade! E isso que é o apaixonante das mulheres, que mesmo tendo zilhões de defeitos, conseguem deixa-los menos pesados com um sorriso de verdade, com emoção e com espontaneidade.

E, com toda a modéstia do mundo, ao escrever esse texto percebi que sou uma mulher real, assim como você mulher de verdade! E dedico essas simples palavras, mas cheias de emoção, a todas as mulheres de verdade, em especial minha mãe e minhas amigas de coração. E também aos homens que sabem valorizar essas mulheres e aí, me desculpem a todos os outros, dedico ao meu pai! ;)


Feliz dias das mulheres gataaaas! ;)