quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A Rádio ABC me escolheu...



Parte da equipe da Rádio ABC comemorando os 65 anos da emissora
Sempre desejei ser jornalista, desde pequena, mas a minha escolha por rádio se deu na faculdade na primeira disciplina que fiz: Introdução ao Rádio com a Patricia Weber na Unisinos. Lá tomei minha decisão: quero trabalhar em rádio. Mas sem saber exatamente em que área... Cerca de um ano depois de fazer essa disciplina resolvi fazer um curso de radialista no Senac. Ai a paixão foi certeira! E após um ano de curso, todos os dias, fui procurar emprego em rádio, meu primeiro emprego em rádio! Super nervosa, ansiosa, imatura, cheia de expectativas e sem nada de experiência.

Foi aí que eu escolhi ou fui escolhida pela Rádio ABC 900 AM, aos 19 anos. E digo que fui escolhida porque se alguém me perguntar o que me motivou a escolher  essa emissora, na época eu não saberia dizer, somente meu instinto dizia para eu procurar emprego lá. Então fui. Magrela, bem magrela, de óculos vermelho, totalmente inexperiente, cheia de entusiasmo e brilho no olhar fui pedir emprego: uma, duas, três, quatro... acho que dez vezes! Depois de entregar curriculo, mandar e-mail, falar com gerência, falei com o então diretor da Rádio ABC Aurélio Decker. Ele viu naquela menina sem jeito, sem voz nenhuma pra rádio, sem experiência, muita vontade e amor por rádio... e me deu uma chance: aprender em 3 meses a operar uma mesa de audio, para talvez, ser operadora de áudio da noite. Desafio dado, desafio aceito e cumprido!

Me lembro como se fosse hoje meu primeiro dia... Meu encantamento ao entrar naqueles estúdios, ao ver a movimentação do jornalismo, dos profissionais e minha vontade de trabalhar era muito grande! Queria fazer e acontecer, mas ainda não sabia nada, então observava muito e tentava aprender ao máximo...E tive professores incríveis, grandes colegas, aprendi demais! Todos sempre foram muitos generosos comigo...E aos poucos as coisas foram acontecendo, fui ganhando meu espaço no jornalismo, meu real objetivo, e hoje acredito que a Rádio ABC me escolheu para me ensinar!

Aprendi a falar no microfone, a fazer uma reportagem, apurar uma notícia, a colocar uma matéria no ar, a fazer uma gravação, a montar uma vinheta, um programa, uma transmissão no ar, a dar todas as versões de uma história, a ser o MAIS IMPARCIAL POSSÍVEL, a ser ética, coerente, a ser parceira dos ouvintes, a dar opinião, a ser eu mesma no ar, a ir pra rua e ficar mais de 12 horas (sem almoço) pra cobrir um acidente trágico com várias vítimas fatais e respeitar os familiares, aprendi o que era uma ocorrência de vulto, a buscar e frutricar as noticias, convidar 20 pessoas pra vir em um programa e só duas aceitarem, mudar uma pauta de uma hora para outra, aprendi a ser organizada, aprendi que jornalismo também é planejamento...nossa, aprendi tanta coisa que não cabe aqui! Aprendi o que é radiojornalismo de verdade!

Mas nesses 5 anos de emissora e consequentemente de rádio, onde vivi e aprendi muita coisa, conheci muita gente e foi com essas pessoas que aprendi (não necessariamente nessa ordem): Aurélio Decker, Rodrigo Giacomet, Carlos Padilha, Paulo Pereira, Ederson Canalle, Alberto Valvassori, Marcelo Silva, Paulo Henrique Machado, Cris Weber, Jorge Baltar, Itatiaia Maffi, Fabricio De Lucca, Diana Mendel, Ieda Risco, Denis Olinto, Jorge Antunes, Argeu, Vlademir, Mota, Alemão Schosch, Bruna Chilanti, Manoela Machado, Mateus Trindade, Rogério Bohelke, Eudo, Alceu Feijó, Genilda, Stephany Sander, Rodrigo Teixeira, Alejandro Mallo, Alcione Muller, Bruna Klassmann, Luis Felipe, Diego Ignácio, Guilherme Carvalho, Marcella Trindade, Eduardo Pires, Carlos Kaiber, Avner Fernandes, Diego Benemann, Diego Mandarino, Zé Renato Oliveira, Rodrigo Silva, Valesca Fonseca, Robson Nunes, Professor Douglas Rochas, Wesley Wierganóvies, Martin Behrend,Alisson Coelho, Cássia Souza,  João Paulo Gusmão, Patricia Lemos, Moacir Fritzen, Cássio Pereira, Paulo César Lângaro (talvez não saiba, mas me ajudou na primeira "externa"), Vanius Portto, Cristopher de Mattos, Kamila Spier, Ciliane, Luis Fernando Siqueira (Pelotinha), Marcos Couto... Fora os colegas de Grupo Sinos, entrevistados, assessores, aquelas fontes que quase são colaboradores de tanto que ajudam e os ouvintes amados, a razão do nosso existir! É muita gente que deixou um pouco de si em mim....todos os aqui listados, fizeram de mim uma pessoa melhor e não só uma profissional melhor! Obrigada Rádio ABC por me escolher! Obrigada a todos!

São tantos momentos, aprendizados, histórias, pessoas, alegrias, momentos difíceis, que nem em um livro caberia essa linda de história que eu tenho com essa rádio que eu amo!

E eu fiz questão de colocar esses nomes, porque a Rádio é feita de noticias, histórias, mas acima de tudo, pessoas!!! Profissionais que o fazem e ouvintes que escutam e interagem! ;)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Casas Noturnas em Foco – Novo Hamburgo (Parte II)


Naquele final de semana que fiz a ronda, em Novo Hamburgo, havia três casas noturnas fechadas. Conforme o Comandante dos Bombeiros de Novo Hamburgo, Major Cleber Valinodo Pereira, o fechamento ocorreu devido a um acordo entre os proprietários e os bombeiros. “As casas estão passando por reformas e assim que as obras estiverem finalizadas faremos nova vistoria”, afirmou o major Cleber a nossa reportagem. Ele salientou também que os proprietários procuram os bombeiros e procuraram orientações sobre segurança contra incêndio no local, visando melhorias.

Em relação à situação do baile Preto e Branco que ocorreu na Sociedade Atiradores, o comandante dos bombeiros salientou que foi concedido um alvará de evento provisório, somente para esse baile. E destacou que a Sociedade não pode ter nenhum baile ou festa, a partir de agora.

É importante salientar que a nossa reportagem não se identificou enquanto imprensa e sim observou os locais como clientes. Algumas observações:
01 – os itens básicos da lei estavam em dia;
02 – mas alguns itens, aparentemente menores ainda precisam ser observados: como tamanho dos corredores (conforme NR 23 precisam ter 1m20 e em pelo menos uma delas o espaço é menor), escadas ou degraus e o fato de uma dessas casas estar com uma das portas de emergências trancada;
03 – Pelo que conversei informalmente com funcionários, alguns não sabem informar corretamente os locais das saídas de emergência, por tanto não conhecem e imagino que dessa forma também não saibam como manusear os extintores. De uma maneira geral, percebo funcionários não preparados para situação de pânico assim como nós comunidade não estamos;
04 – E essa seria minha quarta observação, a comunidade poderia e deveria estar preparada, ter conhecimento sobre o assunto, o que não ocorre.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Casas Noturnas em Foco – Novo Hamburgo (Parte I)


Em Novo Hamburgo a reportagem visitou quatro locais, todos contavam com mais de uma saída de emergência, sinalização dessas e extintores em dia. Mas mesmo assim, tenho algumas observações importantes a fazer sobre esses locais, o comportamento dos funcionários e dos clientes. Começamos a vistoria por volta das 23h em um pub localizado na rua General Osório no bairro Hamburgo Velho e encerramos às 3h em uma danceteria às margens da ERS 239.

Primeira parada: logo ao chegar no local (pub na General Osório) entramos por um estreito corredor onde subimos e descemos alguns graus de escadas e entramos no espaço finalmente. Na chegada pudemos observar extintores de incêndio (dois na entrada, mas havia cerca de cinco dentro de todo o ambiente). Percebi também sinalização indicando a saída de emergência, sinalização essa que refletia e, por fim, a saída de emergência (próxima ao banheiro masculino). O local não estava cheio e aparentemente dentro das normas. Conversamos informalmente com um dos seguranças da casa noturna que ressaltou que a fiscalização aumentou nos últimos dias. Esse segurança estava orientado e soube falar da localização da saída de emergência, ressaltando também que um portão usado para o estacionamento poderia ser aberto em casos de pânico. Esse estabelecimento é o que, enquanto repórter e cliente, me senti mais a vontade em relação a segurança, pois todos os requisitos estavam sendo cumpridos, o segurança bem orientado, o local é arejado e apesar do estreito corredor de entrada a opção do portão externo para a saída me deixou mais tranquila. Mas se tivéssemos que sair por onde entramos, em caso de pânico, a situação seria dramática....



Segunda parada: em seguida a reportagem se dirigiu para outra casa noturna dessa vez localizada na Pedro Adams Filho área central de Novo Hamburgo. Dentro dos itens básicos: havia uma saída de emergência além da entrada principal, vários extintores, sinalização (inclusive sinalização nos degraus), tudo ok. Mas algumas coisas me chamaram atenção:
1 - Largura do corredor de acesso a saída de emergência, dois passos pequenos, e a NR23 regulamenta 1m20;
2 - Na saída de emergência havia duas portas uma de madeira e outra de vidro, sendo que a segunda estava aberta para dentro e a norma é clara: as portas devem ser abertas para fora. Em contato com os bombeiros fui informada que a porta de vidro poderia abrir tanto para dentro, quanto para fora, erguendo somente um pino. Mas questiono e na hora do pânico esse procedimento, aparentemente simples, seria feito com naturalidade? E porque não deixar sempre aberto para fora sempre?
3 - Na saída ainda conversamos informalmente com uma das funcionárias da casa que “confessou” não saber exatamente onde era a saída de emergência, quais eram as exigências e que AGORA se preocupava com a segurança do local. Ou seja, ao meu ver, não está preparada para uma situação de pânico. Ela não me falou, mas acredito que não saberia manusear um extintor também.

Faixa refletora indicando degrau
Seguindo a vistoria...

Terceira parada: casa de bailes às margens da BR 116. Ficamos cerca de 15 minutos no local e rapidamente pudemos observar quatro saídas de emergência, sinalização em todas elas e como chegar até elas, além de vários extintores. Ponto negativo: uma das saídas de emergência estava obstruída, trancada.

Porta chaveada

Quarta parada: danceteria às margens da ERS 239 que recebe milhares de pessoas durante os finais de semana e nesse sábado não foi diferente. Mais uma vez pudemos observar todos os requisitos básicos para funcionamento ok. Única dúvida ficou em relação à lotação da casa, o número máximo é de 2.090 pessoas, não posso afirmar com convicção que tinha mais, porém, estava cheio!!!



E assim terminamos a noite...Mas ainda tenho o que falar sobre as casas noturnas de Novo Hamburgo, já que há três fechadas e quero aprofundar minhas “percepções”. Esses assuntos, deixo para o próximo post! Ok?!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Casas Noturnas em Foco!!!


Uma semana após a tragédia que vitimou até o momento 237 pessoas e deixa dezenas de feridos internados em vários hospitais da região resolvi, junto com uma equipe de reportagem, percorrer algumas casas noturnas de Novo Hamburgo e São Leopoldo. Principal objetivo era verificar os itens básicos de segurança de combate a incêndios nesses locais. Antes de sair para a “vistoria” conferi a chamada NR 23, uma norma da ABNT que dá base a leis estaduais e municipais de combate ao fogo. Mas fiquei atenta basicamente as saídas de emergências, extintores, sinalização dessas saídas e se as portas abriam para fora.

Antes de continuar uma observação importante: não estou dando os nomes das casas noturnas, porque não consegui falar com todos os proprietários. Mas ao longo dos dias pode ser que eu consiga trazer todos os nomes.

Começamos a vistoria por volta das 23h em um pub localizado na rua General Osório no bairro Hamburgo Velho e encerramos às 3h em uma danceteria as margens da ERS 239. Foram quatro estabelecimentos que entramos em Novo Hamburgo, naquela noite três estavam fechados e ainda vou trazer aqui no blog informações de outros locais da cidade. Sobre São Leopoldo falarei sobre uma casa noturna interditada, outras parcialmente interditadas. E após contar alguns detalhes pra vocês dessa “ronda noturna”, inclusive com os bastidores e as dificuldades de realizar essa reportagem; trarei as minhas impressões e opiniões de especialistas sobre o assunto.

Por isso faço o convite para você seguir acompanhando os posts e também a refletir sobre o assunto quando você for jantar, sair para a balada, trabalhar e estudar. Estamos preparados para as catástrofes?