Dia oito é comemorado o Dia Internacional da Mulher,
homenagens, presentes e discussões sobre o papel da mulher na sociedade veem a
tona nesse período. Mas hoje me peguei pensando, cá com os meus botões: quando
me tornei mulher de verdade? O que é ser mulher? Quando ocorre a transição
entre menina e mulher? Isso porque hoje,
aos 27 anos (quase 28), não posso mais me considerar uma menina, pois pela
idade cronológica estou velha pra isso. Mas ao mesmo tempo penso que tenho
tantas dúvidas, fraquezas, incertezas, possibilidades, aprendizado,
amadurecimento, sentimentos, tanta vida pela frente para ser uma mulher!
Em blogs, redes sociais, conversas de amigas, amigos,
desconhecidos, eu percebo que hoje a mulher tem que ser uma supermulher! E eu,
estou looonge disso. A mulher tem que ser linda, sexy sem ser vulgar, segura de
si, independente, feliz, cheia de amigas e amigos, realizada profissionalmente,
viajada, estudada, na moda, uma supermãe, uma supermulher!
E eu? Tem dias, a maioria deles, que acordo me olho no
espelho e vejo uma “jovem mulher” ou uma “menina velha”, que já não tem mais espinhas
no rosto, mas precisa passar protetor solar todos os dias, creme anti-idade,
bepantol para diminuir as manchas do sol, aaah e quantas manchas. Precisa dar
um jeito no cabelo rebelde, que era simplesmente lindo e hoje precisa de
chapinha, modelador e um corte bem prático. E claro vejo elas, as gordurinhas,
as gorduronas, as celulites, estrias, as manchas, as pintas (que um dia vou
tirar) ou pelos que necessitam de constantes depilações...Enfim, sou a mulher
mais feia do mundo, do universo, da galáxia! Mas há também aqueles dias que
simplesmente me vejo no espelho e penso: bom dia, essa sou eu, uma mulher de
verdade, cheia de imperfeições...mas real! E linda é claro! ;)
Mas a mulher real vai muito, mas muito, além dos defeitos no
espelho...Sou uma mulher de personalidade forte, ou teimosa pra chuchu, que
acorda mal-humorada, que ri demais quando está com sono, que fala tudo (eu
disse tudo) que vem a cabeça, que não tem pudores de certo ou errado, sou, espontânea,
ou como prefiro, sincera demais e sem noção! As vezes passo horas no espelho, sou
vaidosa, adoro moda, mas não tenho medo de uma roupa velha ou de dormir com a
camiseta do namorado.
Tenho dúvidas, incertezas, medos, choro por bobagem, choro
por coisa séria, choro de rir, choro pra caramba e com a idade tenho chorado
cada vez mais! Aliás, tenho ficado extremamente emotiva, não tenho mais aquela
segurança toda, não me sinto mais a rainha da cocada preta, cheia de si...
Sinto emoção ao ver uma reportagem minha na TV, ao ver uma pessoa querida
feliz, ao ver uma pessoa querida triste, ao ver alguém que nem conheço superar
uma doença grave... Tenho sentimentos e, choro, ao lembrar de brincadeiras com
meus pais e meu irmão. Me emociono ao lembrar do orgulho do meu pai ao me
assistir pagando um baita de um mico: ser eleita “Miss Piscina” em um clube de
uma cidade do interior. Me emociono todos os dias. Me irrito, me indigno quando
vejo impunidade, corrupção, incompetência, falta de vontade, inércia ou quando
simplesmente não concordo com atitude de outra pessoa. Sou uma pessoa
extremamente apaixonada pela minha profissão e me dedico muito a ela. Uma
mulher de verdade tem livre arbítrio não precisa fingir ser uma profissional
maravilhosa ... precisa, simplesmente, se dedicar a essa profissão se assim
quiser. E esse é um dos poucos orgulhos que tenho : o amor a minha profissão e,
modéstia parte, eu levo jeito. Claro que cada vez que me ouço no rádio e agora
me vejo na TV acho horrível, mas isso é apenas um gatilho para eu me dedicar e
fazer melhor na próxima ;)
Me sinto mais carente,
bem mais carente! Preciso demais de minhas amigas e amigos, da minha nova antiga
paixão a dança, pessoas queridas, família (pessoas mais importantes da minha
vida), agora de um animalzinho de estimação (quem me conheceu entre os 13 e 25
anos jamais imaginaria eu dormindo com um gatinho) e de um amor! Sim, uma
mulher real, não tem medo de admitir que sonha com um grande amor, que quer uma
pessoa pra dividir sua vida, construir uma família, alguém que a ame de
verdade! Uma mulher de verdade não quer casos, meninos, rapazes, quer um homem
também! E eu não sou diferente... Claro, não serei hipócrita, toda mulher gosta
de uma “diversão” ! E não tenho vergonha de dizer que estou apaixonada e espero
ter encontrado esse homem. E se não for, continuamos sonhando...
E acho que mais mulher me sinto quando sei que mesmo não
estando NADA preparada posso admitir, pra mim mesma, que sonho em ser mãe
(daqui uns 7...10 anos)! Nunca admiti
isso publicamente :p
OBS: vale um aparte, quem me conheceu há alguns anos e me vê
hoje apaixonada pelos filhos do meu namorado se surpreende com a mudança, mas é
de coração e isso que importa! ;)
Continuando... Acredito que uma mulher real é assim, cheia
de sonhos, emoção, medos, incertezas, imperfeições, risos fáceis, choros
também, emoções a flor da pele! Mas, principalmente, sem medo de esconder tudo
isso. A mulher de verdade, a mulher real, simplesmente não aceita os rótulos de
mulher sexy, linda e perfeita; inteligente, bem sucedida e feliz; super esposa,
super mãe ou que não se apague a um amor...A mulher real pode querer ser tudo
isso, mas aceita, admite e deixa que os outros percebam que as suas
imperfeições a tornam perfeita, real, leve, mulher de verdade! E isso que é o
apaixonante das mulheres, que mesmo tendo zilhões de defeitos, conseguem deixa-los
menos pesados com um sorriso de verdade, com emoção e com espontaneidade.
E, com toda a modéstia do mundo, ao escrever esse texto
percebi que sou uma mulher real, assim como você mulher de verdade! E dedico
essas simples palavras, mas cheias de emoção, a todas as mulheres de verdade,
em especial minha mãe e minhas amigas de coração. E também aos homens que sabem
valorizar essas mulheres e aí, me desculpem a todos os outros, dedico ao meu
pai! ;)
Feliz dias das mulheres gataaaas! ;)